Por Edilson e Catarina Nardes, em http://cerebronumbarril.blogspot.com/2009/08/licao-do-papa-leguas.html
O Papa-Léguas é perseguido furiosamente pelo Coiote. A ave para repentinamente, e o Coiote tenta em vão fazer o mesmo, mas sem sucesso; ele passa direto pelo Papa-Léguas, só parando na ponta do penhasco. Então o chão cede e, vemos os olhos esbugalhados do Coiote por um instante, antes de ele se espatifar lá embaixo. Ploft!
Quando eu era criança gostava muito do desenho do Papa-Léguas, mas não sabia por que razão torcia pelo Coiote, que nunca conseguia pegar a ave. O Coiote e eu temos algumas coisas em comum. Eu também, às vezes me aventurei bem perto do penhasco, também me vi num terreno incerto, e levei alguns grandes tombos, Eu também fiz aquele olhar de espanto do tipo “Cara, isso vai doer muito!”. Algumas vezes olhei para cima, do fundo do precipício, aturdido e estupefato.
Mas, entre eu e o Coiote havia uma diferença. Ele era invencível, Eu não! Ele nunca ficava machucado e as quedas não o perturbavam. Na cena seguinte lá estava ele com um novo plano mirabolante (flexibilidade) em ação! Pintando em uma pedra, um túnel ou colocando uma dinamite em um local estratégico. Em segundos ele saiu do precipício e voltou a caçar e ir atrás do seu objetivo maior (sonho).
Eu e você não nos recuperamos tão facilmente assim. Caímos como o Coiote. Mas, diferente dele, às vezes vagueamos pelo precipício por um bom tempo. Aturdidos, machucados e pensando se existe uma maneira de sair daquele ”buraco” que acabamos caindo. O que podemos tirar de positivo deste desenho são duas coisas opostas: – a primeira é o lado positivo do Coiote no que diz respeito à flexibilidade (a capacidade de aceitar mudanças e encontrar caminhos diferentes para atingir o resultado esperado). E a segunda é a representação de um modelo estratégico para a vida, onde o Coiote está faminto e está profunda e pessoalmente empenhado em mudar.
Conseguir pegar o Papa-Léguas (a comida) é o objetivo estratégico do Coiote. Às vezes ao imaginar (visualização) a ave assada, saindo fumaça de seu prato, ele compartilha sua visão, o seu SONHO! Ele então põe em prática a sua estratégia para pegar o Papa-Léguas. Apesar de mudá-la frequentemente, e cometer erros básicos de planejamento (acende um pavio curto demais, que queima rapidamente e explode a dinamite na sua cara, quando então com a cara enegrecida da explosão, sai de cena envergonhado e desengonçado), ele nunca desiste. E é quase certo que o Coiote, ficará cada vez mais magro, sem comer até morrer.
Ele já apresentou dúzias de projetos engenhosos para capturar o Papa-Léguas sem sucesso. E todos eles poderiam ter dado certo se fosse feito um planejamento mais detalhado, e os ajustes necessários com o tempo devido para ter o resultado almejado (matar a fome). A questão principal é que o Coiote tem muita pressa para sentar, planejar e fazer os ajustes necessários com a melhor estratégia naquele momento, e só depois avaliar os resultados e então se for necessário mudar a estratégia para outra mais eficaz naquele determinado momento.
Como a maioria de nós que assistíamos suas trapalhadas e ríamos, ele prefere executar muito, planejar pouco e avaliar quase nunca.
(…)
Caso você ache o contrário “Bip…bip!” para você!
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